Eu

Por André Oliveira, sobrevivendo e vivendo agora...


Eu tenho doutorado e mestrado em devaneios. Não preciso de muito para me perder num mundo que mesmo que não exista, é nele que encontro aconchego. Pensando, inclusive nesse momento, mesmo que eu não saiba quem você é, não é a primeira vez que falo a respeito de você. Aquela que irei conhecer ou que conheço, mas meus olhos ainda não a virão ou os dela não me enxergaram, vai saber.
Não escrevo esse texto para falar de você, mas sim de mim, dos meus devaneios a seu respeito que me fazem voar tal como Ícaro e cair da mesma forma. Como disse, por mais que eu saiba que aquilo não exista, pensar em você, me faz esquecer do que realmente preciso pensar. E esse é meu erro...
Eu entro e saio desse mundo da maneira que quero, você poderia me olhar e observar que não saberia quando estou ou não em devaneios. Talvez eu esteja levando a vida assim...
Amor sempre foi o alvo na vida, encontrar alguém, namorar e seguir os protocolos da vida. Me ceguei por isso! Fiquei em quase metade da vida num sentimento platônico que eu não conseguia ver o quanto me destruía. Bom, agora que o entulho está sendo retirado e posso enxergar com clareza, vejo aquele velho aroma tentar persuadir os trabalhadores para que não façam a limpeza e consequentemente o recomeço. Consigo, sem metáforas, ver o aroma e me deixar senti-lo enquanto a sujeira ainda faz poeira.
Entre poeira e perfume, prefiro perfume...
Pense num castelo, tipo Hogwarts, isso de anos e anos de amor platônico. Agora no entulho que daria se tudo viesse abaixo, muita sujeira, não? Bom, só resta limpar e reconstruir, não outro amor platônico, mas me reconstruir e construir um Eu. É muito difícil...
A questão não é só o Amor, é o amor e todas as áreas da minha vida, que, querendo ou não, são ligadas amor e meu desejo obsessivo em tê-lo. Uma vida acreditando que o amor me "salvaria" e faria que eu tivesse a vida que eu quero, enxergando agora que as coisas não são bem assim, nada pode te salvar a não ser você mesmo. Não só sobreviver, o que sempre fiz, mas sim viver. De repente motivacional...
Tenho que me reconstruir ao mesmo tempo construir minha vida. Não existem medos, na queda do castelo, foi tudo embora, aquele platônico de uma vida continha mais travas do que eu pensava que tinha, o que existe agora são costumes que criei conforme sobrevivia. É difícil desfazer de algo que por toda sua vida foi automático, leva tempo. O que me impede de viver, seria a pergunta e lhe respondo, aquele velho aroma que me chega as narinas enquanto tudo vai sendo limpado. Aroma envolvente...
Agora, o que você, aquele alguém que ainda vou conhecer ou já conheço tem haver com tudo isso?
Simples, só vou me encontrar contigo, o tal recíproco, quando minha busca obsessiva cessar, quando eu deixar de sobreviver e viver, quando eu lutar, quando dentro de mim tudo não for "all for love"(não que seja ruim tudo por amor, mas eu imagino histórias de amor com um simples Oi). Tenho o dom de criar histórias, meu eu agora não enxergaria você, pois tudo que vejo é amor. Me desculpa se estou demorando para te encontrar, eu também estou demorando a me encontrar.
Mesmo quando não falo de amor, eu falo de amor...

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